Com o objetivo de aprimorar as ações de monitoramento e controle de casos da tuberculose na capital, a Prefeitura de Manaus sai na frente com o dashboard, uma ferramenta tecnológica que permite a identificação precoce e redução do abandono ao tratamento da doença, a partir da gestão de informações. A previsão da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) é de que em até 10 dias o instrumento de análise entre em operação.
O dashboard foi desenvolvido pela própria Semsa, para permitir o gerenciamento e análise de dados de forma rápida, a partir da alimentação de informações nos sistemas de dados pela equipe do Programa Municipal de Tuberculose. O objetivo é que o cuidado ao usuário e o controle da doença sejam feitos de forma mais assertiva.
“Nosso objetivo é permitir que a gestão municipal aprimore a atenção primária à saúde, a partir do acesso e análise de dados. Vamos poder realizar o monitoramento do tratamento, organizando melhor os nossos processos. Isso significa fazer a gestão da política de saúde pública com mais objetividade, corrigindo os aspectos que precisam de melhoria e aplicando de forma assertiva os recursos públicos”, informa o subsecretário de Gestão Administrativa e Planejamento da Semsa, Djalma Coelho.
A diretora do Departamento de Informação, Controle, Avaliação e Regulação (Dicar) da Semsa, Sanay Souza Pedrosa, assinala que o dashboard é uma ferramenta exclusiva de Manaus, elogiada pelos técnicos do Ministério da Saúde, que conheceram a tecnologia quando a equipe da Semsa, liderada pela secretária Shádia Fraxe, esteve em Brasília para articulação de parcerias, na segunda quinzena de agosto.
“Quando apresentamos essa tecnologia para o Ministério da Saúde e para o Conasems (Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde) percebemos que estamos à frente de muitos municípios. A Secretaria de Atenção Primária do Ministério da Saúde conheceu o dashboard e nos convidou a ir até Brasília, para mostrar para todos os outros setores da SAPS, e nossa iniciativa foi muito elogiada”, destaca.
Ainda de acordo com Sanay, a ferramenta foi desenvolvida levando em consideração o dia a dia das equipes de saúde, por isso é inovadora. “Se olharmos apenas o monitoramento dos indicadores finalísticos como o Sinam (Sistema de Informações de Agravos de Notificação), e o SiM (Sistema de Informações de Mortalidade), não vamos ter tempo hábil de mudar esses resultados. Mas com esse monitoramento na atenção primária poderemos intervir de forma mais eficaz, modificando a realidade”, comenta.
Desafios
Reduzir o índice de abandono ao tratamento (principalmente entre os casos novos da doença), aumentar o número de contatos examinados entre os casos novos de tuberculose pulmonar e laríngea e, consequentemente, o aumento do diagnóstico e tratamento da infecção latente, são os principais desafios do Programa Municipal de Tuberculose, aponta o chefe do Núcleo de Controle da Tuberculose da Semsa, enfermeiro Daniel Sacramento.
“O dashboard auxiliará a equipe do programa municipal e as equipes das unidades a identificar precocemente os casos faltosos ao tratamento. Essa identificação permitirá que as equipes desenvolvam estratégias de busca para este paciente retornar ao tratamento e evitar o abandono. A diminuição do número de casos de abandonos impacta na redução da mortalidade pela doença, casos de resistência aos medicamentos e na incidência da doença”, explica Daniel.
Sacramento acrescenta que as equipes de saúde e do Programa Municipal de Tuberculose terão acesso de maneira mais rápida a essas informações e trabalhará em cima dos indicadores prioritários do programa para assistir da melhor maneira o doente e seus contatos, conforme as orientações preconizadas pelo Ministério da Saúde.
Texto – Tânia Brandão/Semsa
Fotos – Divulgação/Semsa