Em cerimônia que marcou os 50 anos do assassinato do jornalista Vladimir Herzog, o Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos homenageou, em sua 47ª edição, reportagens que se destacaram na defesa da democracia, dos direitos humanos e da justiça social.
O evento teve início com a exibição de imagens do ato ecumênico realizado na Catedral da Sé, em São Paulo, relembrando a cerimônia inter-religiosa de 1975, que desafiou o regime militar e reuniu cerca de 8 mil pessoas. Telões exibiram também o pedido de perdão da presidente do Superior Tribunal Militar (STM), Maria Elizabeth Rocha, aos mortos, desaparecidos e torturados do regime militar.
Ivo Herzog, filho do jornalista, ressaltou a importância da memória e da justiça para a consolidação da democracia. “Neste ano, a cerimônia adquire um significado ainda mais profundo. São 50 anos do assassinato de Vladimir Herzog. Meio século depois, o Brasil segue aprendendo, dia após dia, que não há futuro sem memória, democracia sólida sem justiça, liberdade possível sem a coragem de enfrentar as verdades mais duras da nossa história”, afirmou.
Nesta edição, a comissão organizadora instituiu uma nova categoria para reconhecer produções focadas na defesa da democracia, com o objetivo de destacar pautas que tratam da política nacional, de ataques ao Estado Democrático de Direito e formas com que as instituições brasileiras estão atuando na defesa da democracia.
As reportagens vencedoras na nova categoria foram “Os kids pretos: O papel da elite de combate do Exército nas maquinações golpistas”, de Allan de Abreu, publicada na Revista Piauí, e o documentário “8/1 – A democracia resiste”, de Henrique Picarelli e equipe, transmitido pela GloboNews.
O programa Caminhos da Reportagem, recebeu menção honrosa na categoria “Produção Jornalística em Vídeo”. O episódio “Mães de Luta” aborda a busca por justiça, memória e reparação pelas mulheres que perderam familiares em casos de violência policial.
Confira a lista completa dos premiados:
Categoria Arte: Diogo Braga, por “Racismo Ambiental: A outra emergência”.
Categoria Fotografia: Márcia Foletto, por “Antes Que Ela Veja”.
Categoria Áudio: Vinicius Sassine e equipe, por “Dois Mundos” – 1º episódio. Menção Honrosa para Igor Mello e equipe, por “Projeto de Poder” – 4º episódio.
Categoria Multimídia: Artur Rodrigues e equipe, por “A Política da Bala”. Menção honrosa para Daniel Camargos e equipe, por “Ogronegócio: milícia e golpismo na Amazônia”.
Categoria Texto: Isabel Harari e equipe, por “Trabalho infantil na indústria tech”. Menção honrosa para Angélica Santa Cruz, por “Sorriso: Uma Biografia / Como uma mulher risonha e sem palavras virou um fato social total”.
Categoria Vídeo: Iolanda Depizzol, Nina Fideles e equipe, por “Território em Fluxo”. Menção honrosa para Ana Passos e equipe, por “Mães de luta”.
Categoria Livro-reportagem: Sérgio Ramalho, por “Decaído”.
Categoria Extra – Defesa da Democracia: Allan de Abreu, por “Os kids pretos: O papel da elite de combate do Exército nas maquinações golpistas”, e Henrique Picarelli e equipe, por “8/1 – A democracia resiste”.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br


