Mais de 300 assinaturas foram feitas pelos sócios do boi pedindo o afastamento de Antônio Andrade
Manaus (AM) – O presidente do Boi Garantido, Antônio Andrade, tem até cinco dias para ser afastado do comando da agremiação folclórica. De acordo com o advogado Paulo Almeida, que lidera o “Movimento de Proteção ao Boi Garantido”, mais de 300 assinaturas foram feitas pelos sócios do boi pedindo o afastamento de Andrade por omitir prestação de contas e outras irregularidades cometidas durante a atual gestão.
De acordo com o Estatuto da Associação Folclórica do Garantido, artigo 60, 61 e 62, o presidente e demais equipes podem ser destituídos dos postos se provado fraude, omissão ou desídia (negligência, falta de atenção, zelo) mediante investigação administrativa. Após o afastamento, Andrade pode recorrer, pois tem direito à defesa.
Segundo o advogado, a petição só seria aceita se fosse feita por um diretor ou por 1% dos associados (70 pessoas). No entanto, a entrada pedindo o afastamento do atual gestor conta com mais 300 assinaturas.
“Nós conseguimos mais de 300 assinaturas. Então, de acordo com artigo 62, a representação sendo válida, será encaminhada ao conselho de ética e afastará o representado. E nós entramos com dois pontos, no caso, [pedindo o afastamento] do presidente e da vice-presidente, Ida Silva. Entramos contra os dois, pela gestão que é incompetente e demos entrada no dia 7 e o afastamento dele seria daqui a cinco dias”,
enfatiza
Ainda segundo Almeida, houve fraude quanto ao patrocínio destinado ao Boi Garantido para a realização do festival folclórico durante toda a gestão de Antônio Andrade, pois nunca houve prestação de contas.
“Após o afastamento haverá uma investigação e o nosso maior questionamento é sobre a prestação de contas. Já tem recibos de que o presidente, junto com a vice e o diretor financeiro, receberam mais de R$ 620 mil nas contas pessoais. Então, há uma fraude processual porque devia ter sido recebido pela conta-corrente da associação folclórica”,
afirma.
Revolta
Por conta da falta de pagamento, trabalhadores atearam fogo na Cidade Garantido, na última sexta-feira (8), em Parintins.
O Boi-Bumbá Garantido passa por uma crise em sua agremiação desde a sua apresentação durante o Festival de Parintins deste ano. A insatisfação acontece também pela saída de integrantes importantes para o boi, como os levantadores de toadas Sebastião Junior e Davi Assayag. Outros itens também pediram demissão.
Segundo Almeida, a exoneração de Antônio Andrade será um marco histórico, pois, em toda a história do festival de Parintins, nunca um presidente foi afastado por petição.
fonte: em tempo