Aos 53 anos, Sikêra Júnior sente o gostinho do sucesso em todo o Brasil. No comando do programa ‘Alerta Nacional’ pela Rede TV!, o apresentador chama a atenção pela irreverência e pelo estilo franco e direto. Os números da audiência só crescem e por isso, ele já recebe propostas de outras emissoras, mas por enquanto ele quer continuar em Manaus. Matuto assumido, cristão, pernambucano de Palmares, José Siqueira Barros Júnior chegou a dormir nas ruas e hoje vive muito bem. Comprou até um avião e revela que volta e meia sofre ameaças de morte.
A primeira pergunta é sobre esse seu sucesso em São Paulo e no Rio. Esperava?
Nunca na minha vida. Nunca esperei pelo sucesso no Rio, em São Paulo e em lugar nenhum. Tudo na minha vida veio de paraquedas e a explicação só pode ser Jesus Cristo e graças a Ele isso tudo está acontecendo. Nunca imaginei que depois de velho, de 50 e tantos anos iria chegar coisas tão bacanas na minha vida.
Você acompanha a repercussão?
Eu acompanho nas redes sociais como qualquer pessoa. Mas eu fico meio perdido. Sou um matuto, né? Eu ainda estou na era da pedra lascada e a internet pra mim é um bicho estranho.
Liga para as críticas no sentido de tentar corrigir alguma coisa em você ou não?
Eu não ligo não e sabe por que? Quando você chega na minha idade, você começa a perder a vergonha para tudo. Lógico que eu ouvi as críticas positivas… Sikêra, você está falando muitas merdas no ar, não faz isso não e aí eu paro para pensar. Reflito. Só que às vezes, eu esqueço e repito.
Você sempre foi do time ‘me ame ou me deixe’?
Lógico. Não precise gostar de mim e se eu fosse uma pessoa que gostasse que todo mundo gostasse de mim, eu mudaria o meu nome para cerveja. Nós estamos em uma vitrine e as pessoas tem a sua opinião, o seu gosto. Eu respeito.
O que mudou desde que ficou conhecido no Brasil?
Olha… Financeiramente foi muito bacana pelo o que já passei na vida. Mudou tudo! Eu pude comprar a minha casa, comprei um carrinho melhor para a minha mulher e para mim. Também comprei outras coisinhas. Melhorou. Financeiramente foi maravilhosa, mas também bem vem a responsabilidade que dobra. Tudo que eu digo, hoje, pode ser usado contra mim mesmo. Mas eu estou muito feliz com os bens… Eu estou comendo queijo do reino todos os dias.
O que ninguém desconfia sobre você?
Eita, meu Jesus! Que eu sou um cara frouxo, de um coração que machuca com besteira. Eu fico muito mal quando as pessoas falam baixinho perto de mim. Eu sempre acho que estão falando mal de mim e isso já virou uma doença. É tratável, né?
O que você ainda não fez na vida mas ainda pretende fazer?
Comprar um avião. Se o coronavírus não me matar e não matar o povo, eu já dei entrada e ele está ficando lindo. Daqui a pouco todo mundo vai ver eu voando por aí. Era meu sonho ter um avião.
Se outra emissora te oferecer uma proposta para gravar no Rio ou em São Paulo, como vai fazer? Afinal já recebeu alguma proposta?
O meu patrão, o Dissica Calderado, no dia que nós conversamos e houve a primeira proposta da Record, eles queriam que eu fosse para o horário das 18h e eu disse que não iria porque estava bem aqui em Manuas, tinha acabado de comprar a minha casa e decidi vender o meu trailer. Ganho bem em Manaus, estou muito satisfeito com meu salário, com a minha questão de saúde e tenho também os meus clientes. E me perguntaram se por dois milhões eu sairia daqui. É tentador? É. Mas tenho um contrato de três anos e eu preciso cumprir e aí eu vou parecer uma prostituta. Botou dinheiro, corre, botou dinheiro, corre. Fica feio na minha idade e com tanto tempo de carreira. Vamos cumprir o contrato. Se daqui a três anos quando vencer esse contrato, se ninguém me quiser mais, aí eu estou livre e eu vou perguntar se posso deixar o meu currículo. Seja o que Deus quiser. Por enquanto, seja em Manaus.
Você já passou por uma saia justa ao vivo ou alguma situação que teve que usar o bom humor ou jogo de cintura?
Oxe! Várias vezes. No comercial da moto lá, daquela moto chinesa na TV Alagoas, que a moto caiu… Eu tinha acabado de fazer uma cirurgia estava com a bolsa de colostomia e quase fiquei todo arrebentado. As pessoas acham que armado. O meu dente já caiu ao vivo. Putz, eu já estava na merda, fui lá e coloquei no lugar. A minha patroa estava no salão de beleza quase vomitou. E me chamou de nojento (gargalha).
O que acha do coronavírus?
Eu acho que mais uma doença que precisa ser tratada com muita atenção. É um vírus novo, perigoso e é preciso que as pessoas tenham muito cuidado. Eu procuro me cuidar, mas tenho que trabalhar. Tomo os meus cuidados e sei que o vírus já está fazendo muitas vítimas. Mas se eu perder a fé e engolir tudo que a imprensa passa, vou morrer antes do coronavírus chegar.
O que mais ouve das pessoas nas ruas?
Parabéns Sikêra! Você é foda, você é brasileiro, você defende a família brasileira. Sabe por que? Porque o Brasil é família, o Brasil é conservador e não está acostumado com isso tudo que está acontecendo. O Tarcísio Meira deu uma entrevista há algum tempo que os autores esqueceram que quem assistem as novelas são pessoas idosas e estão fazendo novela para garotões e dizendo pode beijar pessoas do mesmo sexo, usar o mesmo banheiro, ser trans é moda e etc. Isso está assustando o mais velhos, que são aqueles que dão verdadeiramente audiência para as novelas.
Já foi ameaçado de morte?
Oxe… E não é pouco, não. Mas eu costumo dizer que quem ameaça não faz, quem quer matar, mata em silencio. Ele te espera na esquina. Só que eu sou doido, mas não sou suicida. Tenho Jesus no coração e ando muito atento.
O que mais te deixa indignado dentro do seu programa?
Eu falar tanto de gente presa e ver essa pessoa solta em uma semana no máximo. A audiência de custódia libera o bandido pela porta de frente.
Quem é Sikêra Júnior?
Um matuto que veio de Palmares, em Pernambuco. Um homem com 53 anos que sofreu muito, curtiu muito e errou muito. Estou tentando acertar aos poucos. Um cara que tem fé em Jesus Cristo. Eu desejo paz e proteção para o Brasil e que Deus tenha piedade das nossas almas.
Fonte : polemicaparaiba.com.br