A Sociedade Brasileira de Infectologia publicou, nesta sexta-feira, um informe pedindo que o seja abandonado o tratamento com hidroxicloroquina em qualquer fase de sintomas da Covid-19.
Ela pede que o Ministério da Saúde, estados e municípios reavaliem suas orientações, não prescrevendo tratamentos ineficazes, e com riscos de efeitos colaterais.
A sociedade médica afirma que, nesta quinta-feira, dois estudos clínicos robustos foram publicados em revistas médicas de prestígio, apontando que a hidroxicloroquina não traz benefício para a prevenção e nem para o tratamento hospitalar para o coronavírus.
Em ofício assinado pelo Secretário de Atenção Especializada à Saúde, Luiz Otávio Franco Duarte, no final de junho, o Ministério da Saúde recomendou à Fiocruz a divulgação da prescrição da cloroquina e hidroxicloroquina de forma precoce nos primeiros dias de sintomas para a Covid-19.
Em maio, o Ministério da Saúde recomendou o tratamento precoce com cloroquina e hidroxicloroquina para pacientes com Covid-19. Em junho, a pasta ampliou a recomendação para o uso desses medicamentos para gestantes, crianças e adolescentes.
Em nota, a presidência da Fiocruz disse ter recebido a circular do Ministério da Saúde, bem como outros hospitais federais, e entende ser de competência dos médicos sua possível prescrição.
A instituição disse que participa, por designação do ministério, e é responsável no Brasil pelo estudo clínico Solidariedade, que avalia a eficácia de diversos medicamentos para a Covid-19.