Taxa é diretamente relacionada ao morticínio causado pela pandemia de covid-19, com mais de 80 mil óbitos na região
Em meio ao pior momento da pandemia de covid-19, a região Sudeste, a mais populosa do país, fechará pela primeira vez na história um mês com mais mortes registradas do que o número de nascimentos. Com cerca de 85 milhões de habitantes, a região teve até esta sexta-feira (30) 81.525 óbitos e 76.508 nascimentos no mês.
Em abril deste ano são 5.017 óbitos a mais do que nascimentos, enquanto que em abril de 2020 havia 37.075 nascimentos a mais do que óbitos. A marca foi puxada pelos dois estados mais populosos da região: São Paulo e Rio de Janeiro, que tiveram taxas negativas na saldo de mortes e nascimentos.
Os dados foram levantados pela Arpen (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais), a partir de dados preliminares do Portal da Transparência do Registro Civil, cruzados com dados históricos do estudo Estatísticas do Registro Civil, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O Rio Grande do Sul também registrou um maior número de mortes do que nascimentos em abril (10.568 falecimentos e 9.822 nascidos vivos), o que ocorreu pelo segundo mês consecutivo. Já a capital, Porto Alegre, terá o quarto mês consecutivo com mais mortes do que nascimentos, com diferença de 768 óbitos (2.050 x 1.282).
Outro estado que pode superar o número de nascimentos com as mortes é o de Minas Gerais, que até o dia 30 tinha apenas 41 nascimentos a mais do que óbitos.
Entre as capitais brasileiras, nove viram os óbitos superarem o número de nascidos vivos, sendo que em quatro delas isso ocorre pela primeira vez desde o início da série história, em 2003: São Paulo (SP), Curitiba (PR) e Vitória (ES). As outras seis, Rio de Janeiro (RJ), São Luís (MA), Porto Alegre (RS), Fortaleza (CE), Recife (PE) e Belo Horizonte (MG), já tinham registrado este fenômeno em meses anteriores.
“A possibilidade do Portal dos Cartórios de Registro Civil fornecer estatísticas em tempo real permite que tenhamos uma dimensão exata do que está acontecendo em nosso país e que possam ser tomadas as ações pelo Poder Público, principalmente nos locais onde a pandemia se mostra mais grave no momento”, destaca o presidente da Arpen-Brasil, Gustavo Renato Fiscarelli.