Conexão Amazônica
DESTAQUEGERAL

Tacacazeiras discutem valorização e ameaças ao ofício em encontro anterior ao pedido de registro como patrimônio cultural brasileiro realizado pelo Iphan

Publicidade

O modo de fazer, servir e vender o tacacá pode ser reconhecido como Patrimônio Cultural Brasileiro no livro de registro de saberes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). “Quando um bem, seja ele material ou imaterial, é registrado, ele oficialmente passa a ser protegido, um esforço é direcionado para que ele possa continuar a ser passado de geração a geração, com uma política voltada para aquela atividade”, explica a superintendente do Iphan no Amazonas, Beatriz Calheiro.

No último sábado, tacacazeiras do Amazonas estiveram reunidas para dar continuidade à pesquisa para a construção de um dossiê que será submetido à autarquia para a avaliação do registro do ofício de tacacazeira. “Nós pretendemos complementar informações da pesquisa iniciada nos anos 2000 e ouvir as demandas, dificuldades e ameaças ao ofício para que a gente formule ações para salvaguardar essa atividade”, disse a coordenadora da pesquisa, Luciana Carvalho, do Núcleo de Estudos Interdisciplinares em Sociedades Amazônicas, Cultura e Ambiente da Universidade Federal do Oeste do Pará (Sacaca/Ufopa).

Publicidade

A pesquisa sobre o tema será realizada também nos estados do Acre, Amapá, Pará, Roraima, Rondônia e Tocantins para assim garantir que orientar o Ofício de Tacacazeira seja reconhecido como patrimônio cultural do Brasil.

Ameaças
O preço dos ingredientes, as mudanças climáticas e a falta de garantia de direitos trabalhistas e previdenciários para as tacacazeiras foram algumas ameaças levantadas no encontro. Elas também sugeriram incluir o tacacá na merenda escolar, criar políticas públicas para fomentar a atividade no Estado e fortalecer a agricultura familiar, de onde vem a mandioca que faz a goma e o tucupi e também o jambu.

A pequisa aponta que as mulheres predominam no ofício, mas os homens também fazem parte dessa atividade, como o tacacazeiro Val Kokama. “Passar isso de geração a geração é maravilhoso. Além disso, todos nós temos uma forma de fazer o tacacá que é diferente uma das outras” disse.

Aline Damasceno, do tacacá da tia Socorro, herdou a atividade da mãe. “Minha mãe fazia tacacá pra mim desde que eu era criança e isso se tornou uma profissão por acaso depois de um curso de empreendedorismo. O tacacá da tia Socorro já existe há 18 anos e é importante discutir as dificuldades e o que fazer para que nossa atividade não acabe”, disse.

Registro
O Iphan é o órgão responsável por pedidos de registro, que são encaminhados por representantes da sociedade civil, instituições públicas ligadas aos poderes públicos de estados, municípios ou da União.

Publicidade

Leia mais

Correios vão leiloar 175 mil bens não entregues aos destinatários

elayne

Saiba como substituir alguns alimentos para uma festa junina mais saudável

elayne

Máscaras temáticas e com mensagens ganham as ruas

elayne

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Entendemos que você está de acordo com isso, mas você pode cancelar, se desejar. Aceito Leia mais