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Meio Ambiente

Universitários do AM criam o ‘Curupira’, aparelho que identifica desmatamento por sons emitidos na floresta

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Nome do dispositivo faz referência ao ser mítico do folclore brasileiro conhecido por ser o guardião da floresta.

Alunos da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) criaram um dispositivo capaz de identificar perigo em áreas de floresta, por meio do som. O “Curupira”, uma referência ao ser mítico do folclore brasileiro conhecido por ser o guardião da floresta, promete identificar sons que remetem ao desmatamento, como o barulho de serra-elétrica.

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O dispositivo que está em fase de testes. O coordenador do Laboratório de Sistemas Embarcados da UEA, Raimundo Cláudio Gomes, explicou que os aparelhos foram desenvolvidos para captar apenas sons selecionados pela equipe.

“A motosserra, é um som anômalo ao ambiente da floresta. Eu posso treinar especificamente esse som, que não é um som típico. Então, o nosso sistema vai ignorar todos os demais sons. Para ele, é transparente. Ele filtra. E esse som, em particular, ele foi treinado para identificar. Então, ele ouviu esse som, imediatamente, vai informar que o som de uma motosserra ocorreu naquele momento”, disse.

Funcionamento

Para funcionar, os dispositivos precisam estar separados por, no máximo, um quilômetro de distância, porque se comunicam entre si.

Depois de captar o suposto ataque à floresta, os curupiras enviam as informações por rádio frequência para uma espécie de roteador que pode ficar a 15 quilômetros de distância dos aparelhos.

Após o envio do sinal, a frequência se direciona para um programa de computador para análise e visualização dos dados.

“Esse dispositivo, ele conta com um modelo de inteligência artificial profunda, que é uma técnica bem avançada. Essa técnica de aprendizado profundo se encarrega de aprender os padrões corretos do áudio a partir dos dados que foram coletados. Então, para isso, houve coletas de dados reais com situações de risco ambiental”, detalhou o pesquisador Gustavo Aquino.

Recursos

A verba da primeira fase do projeto saiu da iniciativa privada e chegou a R$ 700 mil. Mas, de acordo com os desenvolvedores da UEA, ainda há muito trabalho pela frente para que o “Curupira” se transforme num grande aliado no combate aos crimes ambientais.

Para a segunda fase do projeto, os criadores afirmaram que existe uma previsão de implantação de detecção de focos de fumaça, dentro do “Curupira”.

“A segunda fase do projeto, a gente pretende fazer outro tipo de identificações que é de fumaça, vibrações que a gente vai conseguir ampliar nossos parâmetros ali de alertas, podendo atender queimadas em outro tipo de situações”, adiantou Thiago Almeida, gerente do projeto.

— Foto: Gato Junior/Rede Amazônica

Por Daniela Branches, Rede Amazônica

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