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SAÚDE

Vacina BCG é relacionada a menos sintomas em pacientes com covid-19

Movimentação de idosos no posto da 612 Sul para Vacinação contra Influenza
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Estudo dos Países Baixos mostrou que pessoas que receberam imunização contra tuberculose alguns anos antes tiverem menor nível de adoecimento

Um estudo publicado na sexta-feira (7) na revista científica Cell Reports Medicine sugere um papel importante da vacina BCG, contra a tuberculose, em reduzir o adoecimento ou a intensidade dos sintomas de pacientes com covid-19.

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Pesquisadores de diversos países, sob coordenação do Centro Médico da Universidade Radboud, nos Países Baixos, analisaram 430 pessoas — 166 vacinadas contra BCG alguns anos antes e outras 164 indivíduos saudáveis que não receberam a vacina.

O objetivo deles foi avaliar a chamada “imunidade treinada” daqueles vacinados com a BCG em relação aos demais. 

Eles identificaram um número menor de pessoas doentes pela covid-19 no período da pandemia (março a maio de 2020) entre o grupo vacinado. Também foi observada uma incidência menor de sintomas naqueles que adoeceram, principalmente fadiga.

Os autores do estudo ressaltam que esse efeito já era esperado em pessoas saudáveis imunizadas com a BCG. Eles ressaltam que ainda é preciso que pesquisas futuras mostrem que alguém vacinado com a BCG não teve sintomas aumentados da covid-19.

“Embora haja menos doenças nas pessoas que receberam a vacina BCG, apenas os estudos prospectivos em andamento podem determinar se essa vacinação pode ajudar contra a covid-19”, explica o professor Mihai Netea, coordenador do trabalho.

A pesquisa sustenta ainda que “indivíduos saudáveis que são vacinados com BCG, e nos quais os mecanismos antimicrobianos inatos seriam potencializados pela imunidade treinada, isso provavelmente leva à diminuição da viremia, eliminação viral mais rápida e, subsequentemente, diminuição da inflamação, menos sintomas e recuperação mais rápida”.

Dois estudos ainda não publicados da mesma equipe trazem peças adicionais dos possíveis efeitos da BCG no contexto da pandemia.

“Um estudo demonstra a indução de imunidade treinada por revacinação BCG em idosos de um país subsaariano (Berendsen et al, não publicado dados), enquanto um ensaio clínico randomizado na Grécia em uma população idosa mostra incidência significativamente menor de qualquer infecção, com redução de 80% nas infecções do trato respiratório (Giamarellos et al, dados não publicados)”, acrescentam os cientistas.

Diversos países já possuem pesquisas em andamento para identificar se uma vacinação recente contra a tuberculose tem maior poder protetor em pessoas que sejam infectadas pelo novo coronavírus.

Os indicativos são positivos, mas ainda precisam ser vistos com cuidado. Especialistas alertam para que as pessoas não saiam atrás da vacina BCG como forma de prevenção.

A BCG ( bacilo Calmette–Guérin) é uma vacina baseada na bactéria Mycobacterium bovis viva e atenuada. Foi criada no início do século 20 no Instituto Pasteur, em Paris.

É o imunizante mais usado no mundo, com cerca de 130 milhões de crianças vacinadas em todo o mundo anualmente.

Fonte: R7

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