A chegada e a disseminação nos EUA da cepa P1 – primeiro encontrada em Manaus, a lentidão da campanha de vacinação e a aceleração do contágio no país são vistos como risco global e devem agravar restrições
A identificação, ainda em janeiro, nos EUA, de duas pessoas portadoras da variante brasileira do coronavírus P-1 e a recente identificação de 13 casos em 7 estados do país reforçam a preocupação mundial e devem agravar as restrições a viajantes que tenham passado pelo Brasil. O governo brasileiro deve assistir nos próximos dias a um aumento da pressão internacional pela aceleração do programa de imunização e pelo controle mais rigoroso da disseminação na nova cepa do coronavírus, que surgiu no Amazonas e que tem potencial maior de contágio – estima-se que seja três vezes mais virulenta (a proporção seria de até 1 transmissor para 9 contaminados).
Situação parecida ocorreu também no Reino Unido, que promoveu uma operação especial para rastrear, identificar e isolar todos os indivíduos portadores da P-1, bem como aqueles que tiveram contatos com brasileiros e que podem potencialmente transmitir a doença. O Reino Unido contabiliza hoje 187 óbitos por covid-19 por 100 mil habitantes, uma das taxas mais altas do planeta.
Para a comunidade científica internacional, a circulação livre e descontrolada do coronavírus é a principal causa do surgimento de mutações cada vez mais agressivas, o que se torna uma ameaça ao esforço mundial pela produção de vacinas. Aos olhos das nações que têm obtido algum resultado no controle da pandemia, o Brasil é visto como nação onde é baixa a adesão voluntária da população às medidas de isolamento e prevenção e a circulação do vírus se dá de forma praticamente fora de controle e tornou-se um ambiente natural para a multiplicação de cepas.
No esforço para se antecipar à pressão internacional, governadores querem encaminhar documento ao presidente Joe Biden para acelerar o acesso a vacinas, nesta fase. “Se o Brasil é um risco para o mundo, EUA, Reino Unido e Índia precisam nos ajudar”, diz Wellington Dias, governador do Piauí e coordenador do Fórum Nacional de Governadores. “A vacina é a solução definitiva”, completa.
Fonte: R7