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Violência contra a mulher cresce 35% em Manacapuru

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Número de registros cresceu com aumento da rede de proteção e informações sobre o tema

Manacapuru (AM) – A violência contra a mulher tem aumentado no interior do Amazonas e o reflexo disso são os números de denúncias formalizadas. Em Manacapuru, entre janeiro e março de 2021 foram 40 registros. Já neste ano, o total subiu 35%, indo para 54 casos.

De acordo com a delegada Roberta Merly da Delegacia Especializada em Polícia (DIP), não é o número de violência que cresceu e sim o de registros. “Me atrevo a dizer que nós trabalhamos na subnotificação, ou seja, o número de casos que recebemos ainda não corresponde à realidade, porque muitas mulheres ainda não denunciam”, garante. 

Para a autoridade policial, a confiança no trabalho da polícia, do Ministério Público do Amazonas e do Poder Judiciário estimula que a mulher vítima de violência vá a uma delegacia em busca de resposta para o seu caso, por não aceitar a impunidade de agressores.

“Hoje a vítima se sente mais à vontade para falar deste tema por haver todo o movimento de uma rede de proteção, de órgãos que se dedicam a esse assunto.  A violência sempre existiu, mas antes ninguém denunciava. Nem existia legislação para isso, nossa Lei Maria da Penha foi criada em 2006, antes a gente trabalhava com o código penal, mas era muito difícil. Hoje fazemos um trabalho atuante em Manacapuru com prisões e solicitação de medidas protetivas”, destacou a delegada.

Jacqueline Suriadakis, coordenadora do projeto de apoio à Mulher Fênix Amazonas afirmou que no interior do Estado os casos de violência doméstica são recorrentes e há subnotificação pela falta de informações dada às vítimas. A falta de delegacias especializadas no interior também prejudica as ocorrências, pois as mulheres não procuram uma delegacia por sentir vergonha de fazer a denúncia em um local que atende o público geral.

“No interior do Estado ainda tem a questão das pessoas geralmente se conhecerem e isso ainda é algo que constrange a vítima a fazer a denúncia por entender que todos irão saber do que está acontecendo e ocorrerá falatório no município. As formas de violência doméstica são inúmeras, ela pode ser física, psicológica, moral, sexual e patrimonial. Dá para identificar a violência no início, mas tem que estar atenta aos sinais: começa de forma moral e psicológica, geralmente o abusador começa com agressões verbais e vai distanciando a vítima do convívio familiar e dos amigos para ter controle total sobre ela. Depois passa para o segundo nível do ciclo da violência que é a agressão física e sexual”, explicou.

Após sofrer violência, a mulher deve de imediato registrar um boletim de ocorrência na Delegacia Especializada em Crimes contra a Mulher e realizar todos os procedimentos necessários para apuração dos fatos.

“A mulher que sofre a violência fica fragilizada e com o seu psicológico muito abalado. Ela se sente culpada por tudo que está acontecendo com ela. A vítima tem a ilusão de que à violência vai cessar e que o agressor irá mudar, isso se chama a fase da lua de mel: O agressor pede perdão a vítima e diz que vai mudar e que não a agredirá, mas, ele continua com as agressões e ficam cada vez mais frequentes. As sequelas físicas podem sumir com o tempo, mas a pior é a psicológica que deixa traumas que só são superadas com tratamento psicológico por meio de terapia”, relatou Suriadakis.

Atendimento psicológico

O atendimento psicológico é indispensável nestes casos para que a mulher consiga superar os abusos que sofreu e possa se empoderar e vencer o ciclo da violência. Sem ajuda, muitas das vítimas não se sentem capazes de sair do relacionamento abusivo e muitas vezes viram estatística do feminicídio.

Mulheres que estão sofrendo abusos e queiram apoio e orientação do projeto Fênix, basta entrar em contato por meio do Instagram @projetofenixamazonas ou Facebook: Projeto Fênix Amazonas.

Saiba como denunciar

A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 presta uma escuta e acolhida qualificada às mulheres em situação de violência. O serviço registra e encaminha denúncias de violência contra a mulher aos órgãos competentes, bem como reclamações, sugestões ou elogios sobre o funcionamento dos serviços de atendimento.

O serviço também fornece informações sobre os direitos da mulher, como os locais de atendimento mais próximos e apropriados para cada caso: Casa da Mulher Brasileira, Centros de Referências, Delegacias de Atendimento à Mulher (Deam), Defensorias Públicas, Núcleos Integrados de Atendimento às Mulheres, entre outros.

A ligação é gratuita e o serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana. São atendidas todas as pessoas que ligam relatando eventos de violência contra a mulher.

O Ligue 180 atende todo o território nacional e pode ser acessado em outros países.

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