Uma webconferência promovida pela Prefeitura de Manaus, na tarde desta quarta-feira, 19/10, discutiu o fluxo do Serviço de Referência para o Diagnóstico de Câncer de Mama (SDM), gerenciado pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa). A atividade foi direcionada aos profissionais da Semsa, com intuito de aprimorar e fortalecer o acesso das mulheres ao SDM, inaugurado pelo prefeito David Almeida em fevereiro deste ano.
O encontro virtual integra a programação do “Diálogos na Atenção Primária à Saúde (APS)”, estratégia da Semsa para promover a capacitação permanente dos servidores, todas as quartas-feiras. Os participantes puderam esclarecer dúvidas sobre o fluxo do SDM, encaminhamento de usuárias, Sistema de Regulação (Sisreg), entre outros.
A enfermeira Thais Oliveira, que atua no SDM da Policlínica Djalma Batista, no bairro Compensa, zona Oeste, explicou que o serviço é uma estratégia que oportuniza o diagnóstico precoce do câncer de mama, e aumenta as chances de cura da mulher, pois ela inicia o tratamento quando a lesão ainda está pequena.
“É muito importante a gente estar aqui hoje tirando essas dúvidas e capacitando novamente os profissionais da ponta, porque todo esse trabalho começa nas UBSs, quando os médicos e enfermeiros fazem a captação oportuna e detectam exames suspeitos de câncer”, disse.
A enfermeira pontuou que o SDM, que disponibiliza a biópsia de lesões alteradas na mama, reduz a lotação da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Amazonas (FCecon), pois apenas as mulheres com o diagnóstico de câncer são encaminhadas à fundação. Além disso, as pacientes iniciam o tratamento com a lesão ainda pequena, tornando-o menos agressivo.
Regulação
A médica oncologista Sônia Nogueira, do Complexo Regulador do Amazonas, ressaltou aos participantes da webconferência a importância do preenchimento correto e completos dos procedimentos no Sistema de Regulação (Sisreg) para agilizar o encaminhamento das pacientes.
“Hoje, pudemos reforçar junto aos servidores da Semsa como as solicitações devem ser feitas no Sisreg para que cheguem corretamente ao complexo regulador e a gente possa analisar de maneira efetiva e ágil. Estamos enfatizando que no caso das ultrassonografias e mamografias, é preciso inserir a classificação do BI-RADS (de zero a seis) para o médico regulador definir o tipo de procedimento que a paciente vai realizar”, contou.
O farmacêutico Rafael Brito, coordenador técnico do Laboratório do Hospital Delphina Aziz, explicou que a unidade recebe as amostras biopsiadas para realização do exame histopatológico, que permite identificar se a lesão é cancerígena ou não.
“Hoje, viemos passar aos servidores, o fluxo de encaminhamento e recebimento dessas amostras para que a gente consiga agilizar o processo. Depois que recebemos a amostra, temos 30 dias para entregar esse laudo ao SDM, onde o médico mastologista poderá dar o diagnóstico ao paciente e encaminhá-lo para o tratamento efetivo”, afirmou.
Acolhimento
A enfermeira Jane Batista, que atua no SDM da policlínica Castelo Branco, no bairro Parque 10, zona Centro-Sul, destacou que as mulheres com lesões suspeitas não ficam “soltas” no sistema, pois elas recebem todas as orientações, encaminhamentos e acompanhamento pelo município.
“As mulheres que tiverem lesões suspeitas de câncer de mama, detectados pelo médico da UBS, são encaminhadas via Sisreg ao SDM. Chegando lá, essa usuária é acolhida por nós enfermeiros, que explicamos como funciona a biópsia, deixamos ela informada sobre tudo, ouvimos essa usuária, até que ela é encaminhada para o médico mastologista coletar a amostra. Logo após, ela recebe as orientações finais e vai aguardar o nosso retorno para receber o diagnóstico”, detalhou Jane.
A enfermeira acrescentou que o diagnóstico é dado pelo médico mastologista do SDM, que já orienta essa mulher sobre o tratamento que deverá ser feito.
“Essa paciente não fica solta, a gente faz todo encaminhamento, o enfermeiro a mantém sempre informada, e a gente fica com a porta aberta para ela retornar a qualquer momento. Se for caso positivo de câncer, ela é encaminhada à FCecon. Em outros casos, se o médico indicar outros procedimentos, a gente também encaminha e fica rastreando todo o processo dela dentro da rede”, pontuou.
Texto – Victor Cruz / Semsa
Fotos – Divulgação / Semsa