A incontinência urinária, caracterizada pela perda involuntária de urina, impacta significativamente a vida de milhões de mulheres no Brasil e no mundo. A condição afeta a autoestima, a vida social e o bem-estar emocional, mas ainda permanece um tema envolto em silêncio e desinformação.
Dados recentes apontam que a incontinência urinária afeta mais de 10 milhões de brasileiros, com uma predominância do sexo feminino. Aproximadamente 35% das mulheres com mais de 40 anos relatam algum grau de perda urinária, especialmente após a menopausa.
Um estudo abrangente, coletando dados em diversas regiões do país, incluindo cidades como São Paulo, Porto Alegre, Recife, Belém e Goiânia, revelou que 45,5% das mulheres acima de 40 anos experimentam episódios de perda involuntária de urina. A pesquisa demonstra a ampla disseminação da condição, independentemente de fatores culturais ou climáticos.
O impacto da incontinência urinária transcende o desconforto físico. O receio de episódios inesperados leva muitas mulheres a evitarem atividades sociais, restringirem a ingestão de líquidos, abandonarem a prática de exercícios físicos e, em alguns casos, comprometerem sua vida sexual.
“É notável como o impacto emocional da incontinência urinária é frequentemente subestimado”, observa o urologista Flavio Antunes. “Muitas pacientes passam anos acreditando que é uma consequência inevitável do envelhecimento, buscando ajuda somente quando o problema já afeta profundamente sua autoestima e interação social.”
Entre os tipos de incontinência, a urinária de esforço é a mais prevalente entre as mulheres. Caracteriza-se pela perda de urina ao tossir, espirrar, correr ou levantar peso. As causas geralmente estão relacionadas ao enfraquecimento dos músculos do assoalho pélvico, resultado de partos vaginais, alterações hormonais ou do processo natural de envelhecimento.
O tratamento da incontinência urinária depende da gravidade do quadro, mas geralmente apresenta resultados satisfatórios. Casos leves podem ser tratados com fisioterapia pélvica, fortalecendo os músculos responsáveis pelo controle da urina. Situações mais graves podem requerer medicamentos específicos ou cirurgias minimamente invasivas, com recuperação rápida e altas taxas de sucesso.
“Uma paciente de 60 anos chegou ao consultório relatando que evitava sair de casa e usava absorventes diariamente devido ao medo das perdas”, conta o Dr. Antunes. “Após o tratamento, ela retornou radiante, compartilhando que havia retomado sua vida social e planejava uma viagem com as amigas. Este é o verdadeiro objetivo da medicina: restaurar a liberdade e a alegria de viver.”
Em meio ao Outubro Rosa, a campanha de conscientização sobre a saúde feminina serve como um lembrete de que o cuidado pessoal vai além da prevenção do câncer de mama e do colo do útero. É crucial abordar abertamente todas as questões que afetam o corpo e a mente da mulher. “Vergonha não deve ser um obstáculo para a saúde”, enfatiza o especialista. “Buscar assistência médica é o primeiro passo para recuperar a confiança, a autoestima e o prazer de viver plenamente.”
Fonte: d24am.com


