Senadores cobram manifestação do presidente sobre denúncia que inclui suposta reunião com alerta sobre compra da Covaxin
O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou nesta quinta-feira (8) que enviou uma carta ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para que ele confirme ou negue denúncias do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) feitas à comissão em 25 de junho.
O deputado e seu irmão, Luis Ricardo Miranda, chefe da divisão de importação no Departamento de Logística do Ministério da Saúde, afirmam que levaram suspeitas sobre a compra da vacina indiana Covaxin ao presidente da República após “pressões anormais” pela importação do imunizante.
O presidente da CPI respondeu às críticas e afirmou que desafia Bolsonaro a apontar um processo em que seja réu ou investigado. Afirmou ainda que, com o ofício, não está fazendo pré-julgamento, mas sim procurando esclarecer as denúncias de Miranda. “Senhor presidente, chefe da nação, por favor, diga que o deputado é um mentiroso. Diga que ele está mentindo”, disse.
Aziz disse ainda: “Não é o senhor que vai parar essa CPI. Lhe acuso de ser contra a ciência, lhe acuso de não querer fazer propaganda da vacinação, lhe acuso de tentar desqualificar vacinas que salvam vidas. Me acusa de algo que nunca cometi”, afirmou.
O documento enviado pela CPI é assinado, além de Aziz, pelo vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e pelo relator, Renan Calheiros (MDB-AL). O documento já foi protolocado no Palácio do Planalto.
Denúncia
Na denúncia, o deputado Luis Miranda afirmou que Bolsonaro disse que a negociação era “coisa” do deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara e ex-ministro da Saúde. Barros nega ter participado de qualquer conversa envolvendo a compra da Covaxin.
A CPI investiga se, mesmo ciente de possíveis irregularidades, Bolsonaro prevaricou e deixou o contrato ser executado normalmente.