A 2ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Manaus retomará, nesta sexta-feira (19), a Audiência de Instrução do feminicídio da estudante de odontologia e ex-Miss Manicoré Kimberly Karen Mota de Oliveira, que tem como réu o ex-namorado da modelo, Rafael Fernandez Rodrigues. O crime ocorreu em 11 de maio de 2020, em Manaus.
De acordo com a Justiça, a audiência desta semana é continuação da realizada no dia 9 de dezembro do ano passado – quando oito testemunhas, entre defesa e acusação, foram ouvidas pela Justiça, e será realizada por videoconferência, em razão da pandemia.
Além da oitiva de uma testemunha arrolada pela defesa, a audiência incluirá o interrogatório do réu, momento em que o acusado.
Prevista para iniciar às 9h, a audiência será presidida pelo juiz titular da 2.ª Vara do Tribunal do Júri, Anésio Rocha Pinheiro.
Rafael Fernandez Rodrigues será assistido juridicamente pela defensora pública Ellen Cristine Alves de Melo, pois o advogado que o defendia renunciou a pedido do réu.
RELEMBRE O CASO
Kimberly Karen Mota de Oliveira, que tinha 22 anos, foi encontrada morta na madrugada de 12 de maio de 2020, no apartamento do namorado, identificado como Rafael Fernandez Rodrigues, no Centro de Manaus. O corpo da modelo e ex-Miss Manicoré apresentava perfurações de arma branca no pescoço e região do abdômen.
A modelo estava desaparecida desde o dia 10 daquele mês. Em desdobramento dos trabalhos investigativos, foi constatado que o fim do relacionamento poderia ter sido a motivação do crime. Rafael não aceitou o término.
“Provavelmente eles tiveram uma briga. Ela foi morta com três facadas. A faca foi encontrada na varanda”, disse, à época, a delegada adjunta da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), Zandra Ribeiro.
Um vídeo mostra, ainda, a ex-Miss entrando no carro de Rafael momentos antes de ser assassinada. “Ele foi buscá-la na casa de uma amiga, onde ela morava. A amiga viu o carro dele”, também informou a delegada.
FORAGIDO
Rafael é paulista e funcionário da Justiça Regional do Trabalho. Ainda de acordo com as informações coletadas pela polícia, ele havia se separado da esposa e estava se relacionando com a modelo e estudante de odontologia há aproximadamente três meses.
O servidor do Tribunal Regional do Trabalho (TRT11) passou a ser considerado foragido e procurado pela polícia desde o dia 12 de maio daquele ano, quando o mandado de prisão temporária em seu nome foi expedido pela Justiça Estadual, no plantão criminal, pelo Juiz George Hamilton Lins Barroso.
Fuga
Após o crime, Rafael fugiu para o estado de Roraima.
No dia 11, foi registrada a entrada dele no estado vizinho, após ele ter passado pelo posto de fiscalização do Jundiá e preenchido um Boletim Epidemiológico para controle de casos do novo Coronavírus (Covid-19).
Na tarde do dia 13, o veículo de Rafael foi encontrado bastante danificado em virtude de um capotamento, ocorrido na BR-174, numa curva localizada nas proximidades do Parque Nacional do Viruá, no município de Caracaraí. A hipótese é de que ele seguia em alta velocidade e perdeu o controle do veículo, capotando na curva.
O suspeito foi encontrado em um barraco na vila de Pacaraima. Ele estava recebendo a ajuda de dois venezuelanos, que também foram detidos. A prisão aconteceu após denúncia anônima. Policiais se deslocaram ao local indicado, na área de invasão do “Morro do Quiabo”.
Com informações da Assessoria do TJ-AM