A Prefeitura de Manaus, por meio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), com apoio do Conselho Municipal de Cultura (Concultura), inaugurou, nesta quinta-feira, 17/3, o memorial Moacir Andrade, que conta com um acervo pessoal do artista plástico doado pela família. A solenidade marcou a reabertura do Museu da Cidade de Manaus (Muma), localizado no Paço da Liberdade, no Centro Histórico de Manaus (em frente à praça Dom Pedro II).
Para o diretor-presidente da Manauscult, Alonso Oliveira, a inauguração do memorial é um reconhecimento ao legado deixado por Moacir. “Quando a família teve a sensibilidade de nos procurar para realizar a doação dessas obras, levamos ao conhecimento do prefeito David Almeida que, prontamente, autorizou a cessão do espaço, que passou pela curadoria de Leonardo Novellino, gestor do Museu”, observou.
Ainda segundo Oliveira, a cerimônia é um importante marco para a reabertura do Muma que, em virtude da pandemia de Covid-19, esteve fechado para a visitação pública. “Hoje o Museu de Manaus, patrimônio de todos, volta a funcionar, mas, via agendamento prévio e com 50% da capacidade, em virtude de manutenção na ala tecnológica e reformas no espaço”, informou.
De acordo com o vice-presidente do Concultura, Neilo Batista, a gestão David Almeida compreende a importância de conhecer e preservar na memória, as raízes culturais da cidade de Manaus. “Eu estou muito feliz pela imersão que o espaço proporciona. Aqui você sente o cheiro, você nota a cor, você percebe os traços, você sente a alma e o espírito de Moacir Andrade”, comentou Neilo.
Realização
Conforme Gracimoema Andrade, filha do artista plástico, a vida de Moacir está retratada, fielmente, no espaço. “Isso aqui era a vida dele, era o ninho da águia. Hoje eu vi aqui um sonho sendo realizado e que está disponível para as gerações futuras. Eu aproveito para convidar a população de Manaus: não percam a oportunidade de visitar e conhecer esse lugar lindo, que conta com quadros, desenhos e um acervo completo”, concluiu.
A aposentada Raquel Marinho, de passagem por Manaus, conferiu o memorial, aproveitando o primeiro dia na capital. “Quando cheguei ontem de São Paulo, vi uma reportagem dizendo que o Museu reabriria hoje. Então comentei durante o city tour: ‘taí uma grande oportunidade para conhecer o espaço!’. E aqui estamos! Estou encantada com as belezas naturais de Manaus. Esse é o meu primeiro dia aqui na cidade e estou amando”, avaliou a turista.
Espaço
O espaço do memorial é dividido em duas salas e tem como conceito a família, o trabalho, e recebe, além do acervo de desenhos, objetos de coleção do próprio ateliê do pintor, como: sua mesa de pintura, banquetas, pincéis e paletas doadas pela família do artista.
Andrade, que, se vivo estivesse, nesta quinta-feira, 17, estaria completando 95 anos, iniciou na pintura como autodidata; tornou-se um membro de destaque do Clube da Madrugada, onde ajudou no processo de renovação das expressões artísticas locais; organizou exposições e cursos de pintura para os jovens interessados em aprender a pintar, atividades essas que foram realizadas em espaços públicos, para que a população tivesse acesso.
Como escritor, deixou importante contribuição para a literatura regional, com livros de ensaio sobre a cultura amazônica, poesia, memória e artes plásticas.
Muma
O Muma reabre de forma parcial, seguindo todos os protocolos sanitários contra a Covid-19. O museu funcionará somente por meio do agendamento prévio, realizado exclusivamente pelo e-mail: museu.manaus@gmail.com. Os visitantes também deverão usar máscara durante toda a visitação, além de levar a sua própria garrafa de água, para evitar a proliferação do vírus.
Criado pela lei 1.616, pelo então prefeito João de Mendonça Furtado, em 17 de junho de 1982, o Museu da Cidade de Manaus é considerado um dos mais raríssimos prédios de arquitetura neoclássica no Brasil e que já serviu de sede governamental e residência dos presidentes da província.
Pertencente à Prefeitura de Manaus, o Museu da Cidade de Manaus é administrado pela Manauscult e tem como atual diretor Leonardo Novelino. Também chamado popularmente de Museu do Paço, o local é conhecido por ser palco do festival “Passo a Paço”.
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Texto – Emanuelle Baires / Manauscult
Fotos -João Viana / Semcom