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POLÍTICA

Quirguistão e Tadjiquistão assinam cessar-fogo após confrontos

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Pelo menos 4 pessoas morreram e outras 86 se feriram em combates na fronteira entre os dois países da Ásia Central

Soldados do Quirguistão e do Tadjiquistão travaram combates violentos na fronteira desses países da Ásia Central nesta quinta-feira (29), com pelo menos quatro mortos e 86 feridos, antes de um acordo de cessar-fogo.

“Após negociações entre os ministros das Relações Exteriores, uma trégua completa foi acordada a partir das 20h00 (11h00 de Brasília) e o retorno das tropas aos seus locais anteriores de implantação”, informou a diplomacia quirguiz em comunicado.

O anúncio é feito poucas horas depois de trocas de tiros perto do enclave tajique de Voroukh, no Quirguistão, uma área de tensão ligada a questões de acesso à água entre essas duas ex-repúblicas soviéticas muito pobres.

De acordo com o ministério da Saúde do Quirguistão, 81 cidadãos quirguízes ficaram feridos nos combates. Outros três morreram, incluindo um menino que não resistiu a caminho do hospital.

Por sua vez, o Conselho de Segurança do Tajiquistão reportou duas pessoas com ferimentos à bala. Mas a agência de notícias russa Ria Novosti, citando uma fonte do município da cidade fronteiriça de Isfara, informou que havia pelo menos três mortos e 31 feridos de nacionalidade tadjique.

Em um relatório sobre a situação transmitido às 23h45 locais, os guardas de fronteira do Quirguistão indicaram que o tiroteio havia cessado.

Antes do anúncio da trégua, as autoridades quirguízes anunciaram que as forças especiais haviam conquistado um posto fronteiriço em resposta a bombardeios que provocaram o incêndio de seu posto fronteiriço.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e o Crescente Vermelho disseram que evacuaram mais de 600 aldeões que moram perto da fronteira para a cidade de Batken, no Quirguistão.

Principal potência regional, a Rússia anunciou por meio de seu porta-voz da sua diplomacia que “acompanha a situação”

O ministério das Relações Exteriores do vizinho Uzbequistão, o país mais populoso da Ásia Central, pediu uma “cessação imediata das hostilidades” e ofereceu sua ajuda para resolver a crise.

As duas partes se acusam mutuamente pelos confrontos.

O Comitê de Segurança Nacional do Quirguistão afirmou que o Tajiquistão “provocou deliberadamente um conflito”, acusando o seu adversário de ter “instalado postos para efetuar disparos de morteiros”.Por sua vez, o Conselho de Segurança Nacional tajique acusou o exército quirguiz de ter aberto fogo contra as tropas tadjiques “localizadas no local de distribuição de água de Golovnaïa, no curso superior do rio Isfara”.

Acesso à água

O Tadjiquistão afirmou que um conflito eclodiu no dia anterior entre civis e que sete tadjiques ficaram feridos.

Eleito em janeiro após assumir o poder após confrontos no outono, o presidente do Quirguistão, Sadyr Japarov, realizou uma reunião de emergência de seu Conselho de Segurança.

Grandes porções da fronteira entre os dois países não foram demarcadas desde o desmembramento da URSS em 1991. As tensões étnicas são acentuadas pelas rivalidades pelo acesso à água e às terras nessas regiões

Os incidentes foram especialmente graves em 2019. Em setembro, três guardas de fronteira tadjiques e um quirguiz morreram em trocas de tiros.

Em julho de 2019, o líder tajique Emomali Rakhmon se encontrou com o então presidente do Quirguistão, Sooronbai Jeenbekov, para um aperto de mão simbólico em Isfara, no Tadjiquistão.

Mas as discussões sobre a delimitação das fronteiras nacionais e a prevenção e resolução de conflitos fronteiriços não tiveram sucesso.

Outro país da Ásia Central, o Uzbequistão, também é afetado por esses problemas de fronteira. Em junho de 2010, as tensões entre a maioria quirguiz e a minoria uzbeque no sul do Quirguistão geraram violência interétnica com centenas de mortos

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